quinta-feira, 2 de março de 2006



Eu
Florbela Espanca

Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porque...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!




Abaixo, essa letra é do Fantástico Paulo César Pinheiro mas, podería ser de Florbela Espanca não é?Vocês precisam ouvir a música.Quem canta é a Simone Guimarães.

Outras mulheres
(Joyce e Paulo César Pinheiro)

Meu corpo é pedra em que nascem
Corais, sargaços e líquen
Que os homens todos me abracem
Só quero aqueles que passem
Não quero aqueles que fiquem.

Gosto, meu bem, de andar nua
Me pinto feito arco-íris
Jamais me tires da rua
Porque jamais serei tua
Se tu não me repartires.

Senti paixão por um bando
Escorreguei como os peixes
Por isso eu peço que quando
Sentires que já estou te amando
Eu quero é que tu me deixes.

Sou de ceder minhas graças
Não sou aquela que queres
Pertenço ao rol das devassas
Não quero que tu me faças
Igual às outras mulheres.

Senti paixão por um bando
Escorreguei como os peixes
Por isso eu peço que quando
Sentires que já estou te amando
Eu quero é que tu me deixes

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