segunda-feira, 28 de novembro de 2005
João Valentão
Dorival Caymmi
João Valentão
é brigão
Pra dar bofetão,
não presta atenção
e nem pensa na vida.
A todos João intimida
faz coisas que até Deus duvida;
mas...tem seu momento na vida...
É quando o sol vai quebrando,
lá pro fim do mundo,
pra noite chegar.
É quando se ouve mais forte
o ronco das ondas na beira do mar.
É quando o cansaço da lida da vida
obriga João se sentar.
É quando a morena se encolhe,
se chega pro lado querendo agradar.
Se a noite é de lua
a vontade é contar mentira
é se espreguiçar...
Deitar na areia da praia
que acaba onde a vista não pode alcançar...
E assim adormece esse homem
que nunca precisa dormir
pra sonhar,
porque não há sonho mais lindo
do que sua terra,
não há.
Dorival Caymmi
João Valentão
é brigão
Pra dar bofetão,
não presta atenção
e nem pensa na vida.
A todos João intimida
faz coisas que até Deus duvida;
mas...tem seu momento na vida...
É quando o sol vai quebrando,
lá pro fim do mundo,
pra noite chegar.
É quando se ouve mais forte
o ronco das ondas na beira do mar.
É quando o cansaço da lida da vida
obriga João se sentar.
É quando a morena se encolhe,
se chega pro lado querendo agradar.
Se a noite é de lua
a vontade é contar mentira
é se espreguiçar...
Deitar na areia da praia
que acaba onde a vista não pode alcançar...
E assim adormece esse homem
que nunca precisa dormir
pra sonhar,
porque não há sonho mais lindo
do que sua terra,
não há.
Vou-me embora prá Passárgada
Gilberto Gil – Manuel Bandeira
Vou-me embora prá Passárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora prá Passárgada
Vou-me embora prá Passárgada
Aqui não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contra parente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d`agua
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora prá Passárgada
Em Passárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
-Lá sou amigo do rei-
Terei a mulher que quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora prá Passárgada
Gilberto Gil – Manuel Bandeira
Vou-me embora prá Passárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora prá Passárgada
Vou-me embora prá Passárgada
Aqui não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contra parente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d`agua
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora prá Passárgada
Em Passárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
-Lá sou amigo do rei-
Terei a mulher que quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora prá Passárgada
segunda-feira, 21 de novembro de 2005
Cruzada
Tavinho Moura – Márcio Borges
Não sei andar sozinho por essas ruas
Sei do perigo, que nos rodeia pelos caminhos
Não há sinal de sol
Mas tudo me acalma
No seu olhar
Não quero ter mais sangue morto nas veias
Quero o abrigo, do teu abraço que me incendeia
Não há sinal de cais
Mas tudo me acalma
No teu olhar
Você parece comigo
Nenhum senhor te acompanha
Você também
Se dá um beijo dá abrigo
Flor nas janelas da casa
Olho no seu inimigo
Você também
Se dá um beijo dá abrigo
Se dá um riso dá um tiro
Não quero ter mais sangue morto nas veias
Quero o abrigo
Da sua estrela
Que me incendeia
Não há sinal de paz
E tudo me acalma no seu olhar.
Tavinho Moura – Márcio Borges
Não sei andar sozinho por essas ruas
Sei do perigo, que nos rodeia pelos caminhos
Não há sinal de sol
Mas tudo me acalma
No seu olhar
Não quero ter mais sangue morto nas veias
Quero o abrigo, do teu abraço que me incendeia
Não há sinal de cais
Mas tudo me acalma
No teu olhar
Você parece comigo
Nenhum senhor te acompanha
Você também
Se dá um beijo dá abrigo
Flor nas janelas da casa
Olho no seu inimigo
Você também
Se dá um beijo dá abrigo
Se dá um riso dá um tiro
Não quero ter mais sangue morto nas veias
Quero o abrigo
Da sua estrela
Que me incendeia
Não há sinal de paz
E tudo me acalma no seu olhar.
quarta-feira, 16 de novembro de 2005
HISTÓRIA DA MÚSICA - MPB
“Beco do Mota” e “Sentinela” foram dois temas escritos por Fernando Brant sobre melodias de Bituca(Milton Nascimento), inspirados em Diamantina, terras dos Brant. Beco do Mota era a estreita viela que abrigara os antigos puteiros. Estes, por estarem em frente a igreja matriz, haviam sido desocupados à força por ordem de um arcebispo ultra-reacionário.
Fonte: Os sonhos não envelhecem – Histórias do Clube da Esquina de Márcio Borges.
Beco do Mota
Milton Nascimento e Fernando Brant
Clareia na noite, na noite
Procissão deserta, deserta
Nas portas da arquidiocese desse meu País
Profissão deserta, deserta
Homens e Mulheres na noite
Homens e Mulheres na noite desse meu País
Nessa Praça não me esqueço
E onde era o novo fez-se o velho colonial vazio
Nessas tardes não me esqueço
E onde era o vivo fez-se o morto
Aviso pedra fria
Acabaram com o beco
Mas ninguém lá vai morar
Cheio de lembranças vem o povo
Do fundo escuro beco
Nessa clara praça se dissolver
Pedra, padre, ponte, muro
E um som cortando a noite escura
Colonial vazia
Pelas sombras da cidade
Hino de estranha romaria
Lamento água viva
Acabaram com o beco
Mas ninguém lá vai morar
Cheio de lembranças vem o povo
Do fundo escuro beco
Nessa clara praça se dissolver
Profissão deserta, deserta
Homens e Mulheres na noite
Homens e Mulheres na noite desse meu País
Na porta do beco estamos
Procissão deserta, deserta
Nas portas da arquidiocese desse meu país
Diamantina é o Beco do Mota
Minas é o Beco do Mota
Brasil é o Beco do Mota
Viva meu país.
“Beco do Mota” e “Sentinela” foram dois temas escritos por Fernando Brant sobre melodias de Bituca(Milton Nascimento), inspirados em Diamantina, terras dos Brant. Beco do Mota era a estreita viela que abrigara os antigos puteiros. Estes, por estarem em frente a igreja matriz, haviam sido desocupados à força por ordem de um arcebispo ultra-reacionário.
Fonte: Os sonhos não envelhecem – Histórias do Clube da Esquina de Márcio Borges.
Beco do Mota
Milton Nascimento e Fernando Brant
Clareia na noite, na noite
Procissão deserta, deserta
Nas portas da arquidiocese desse meu País
Profissão deserta, deserta
Homens e Mulheres na noite
Homens e Mulheres na noite desse meu País
Nessa Praça não me esqueço
E onde era o novo fez-se o velho colonial vazio
Nessas tardes não me esqueço
E onde era o vivo fez-se o morto
Aviso pedra fria
Acabaram com o beco
Mas ninguém lá vai morar
Cheio de lembranças vem o povo
Do fundo escuro beco
Nessa clara praça se dissolver
Pedra, padre, ponte, muro
E um som cortando a noite escura
Colonial vazia
Pelas sombras da cidade
Hino de estranha romaria
Lamento água viva
Acabaram com o beco
Mas ninguém lá vai morar
Cheio de lembranças vem o povo
Do fundo escuro beco
Nessa clara praça se dissolver
Profissão deserta, deserta
Homens e Mulheres na noite
Homens e Mulheres na noite desse meu País
Na porta do beco estamos
Procissão deserta, deserta
Nas portas da arquidiocese desse meu país
Diamantina é o Beco do Mota
Minas é o Beco do Mota
Brasil é o Beco do Mota
Viva meu país.
segunda-feira, 14 de novembro de 2005
Cinema Brasil
Francis Hime – Joyce
Linda, que a tela era linda
E Eu me lembro ainda do filme que vi
Que tinha Eliana, Oscarito
Otelo, Adelaide, Cyl Farney, Dercy
Canções, carnavais e cassinos
Ambientes tão finos, humor infantil
E uma geração de meninos
Amou para sempre o cinema Brasil
Ginga de Orfeu lá no alto
No morro, no asfalto, a quarenta graus
No Mar, no Sertão, na verdade
Na grande cidade, na lama e no caos
Pois quando o cinema era novo
Falava do povo, falava por nós
E uma juventude guerreira
Levou a bandeira com seu porta-voz
Linda, que Leila era linda
Todas as mulheres do mundo dirão
Foi Dina com Macunaíma
Foi Márcia em Ipanema abrindo o verão
Foi Gloriosa Darlene
Querendo vingança aos Santos clamar
Ou foi Adriana tão cedo
Que o dono do enredo mandou lhe chamar
Linda, que a tela era linda
E Eu me lembro ainda do filme que vi
Sacana, o Malandro Carvana
Descola uma grana e sai por ai
Meu filme prossegue infinito
No eterno conflito entre os que vêm e vão
E o emblema da última
Cena é Fernanda serena,
Que escreve uma carta,
Que sonha que é santa
Que cata feijão
Mina, Fernanda Divina,
Que a tela ilumina
De pura invenção
Linda, que a tela é tão linda
E é mais linda ainda na imaginação
Linda, que a tela é tão linda
E assim será sempre
Na nossa paixão.
Francis Hime – Joyce
Linda, que a tela era linda
E Eu me lembro ainda do filme que vi
Que tinha Eliana, Oscarito
Otelo, Adelaide, Cyl Farney, Dercy
Canções, carnavais e cassinos
Ambientes tão finos, humor infantil
E uma geração de meninos
Amou para sempre o cinema Brasil
Ginga de Orfeu lá no alto
No morro, no asfalto, a quarenta graus
No Mar, no Sertão, na verdade
Na grande cidade, na lama e no caos
Pois quando o cinema era novo
Falava do povo, falava por nós
E uma juventude guerreira
Levou a bandeira com seu porta-voz
Linda, que Leila era linda
Todas as mulheres do mundo dirão
Foi Dina com Macunaíma
Foi Márcia em Ipanema abrindo o verão
Foi Gloriosa Darlene
Querendo vingança aos Santos clamar
Ou foi Adriana tão cedo
Que o dono do enredo mandou lhe chamar
Linda, que a tela era linda
E Eu me lembro ainda do filme que vi
Sacana, o Malandro Carvana
Descola uma grana e sai por ai
Meu filme prossegue infinito
No eterno conflito entre os que vêm e vão
E o emblema da última
Cena é Fernanda serena,
Que escreve uma carta,
Que sonha que é santa
Que cata feijão
Mina, Fernanda Divina,
Que a tela ilumina
De pura invenção
Linda, que a tela é tão linda
E é mais linda ainda na imaginação
Linda, que a tela é tão linda
E assim será sempre
Na nossa paixão.
Uma noite sem você
João Linhares
Uma estrela brilha na brecha da noite
Clareando o calabouço da minha’alma
No escuro e sem você eu perco a calma
Hora amarga que me encharca em seu açoite
A paixão me esquartejando com sua foice
E a garganta vomitando um grito rouco
Chamei tanto que eu quase fico louco
Quis mostrar um pouco do meu sentimento
A saudade incendiando a madrugada
No silêncio queima a chama da alegria
Inda lembro de você naquele dia
Me beijando, me dizendo que me amava
Te amei tanto que eu não imaginava
Que sozinho ficaria triste e oco
Quando o mundo me chamava eu tava mouco
Galopando no vagão do pensamento
Que uma noite sem você é muito tempo
E uma vida com você é muito pouco.
João Linhares
Uma estrela brilha na brecha da noite
Clareando o calabouço da minha’alma
No escuro e sem você eu perco a calma
Hora amarga que me encharca em seu açoite
A paixão me esquartejando com sua foice
E a garganta vomitando um grito rouco
Chamei tanto que eu quase fico louco
Quis mostrar um pouco do meu sentimento
A saudade incendiando a madrugada
No silêncio queima a chama da alegria
Inda lembro de você naquele dia
Me beijando, me dizendo que me amava
Te amei tanto que eu não imaginava
Que sozinho ficaria triste e oco
Quando o mundo me chamava eu tava mouco
Galopando no vagão do pensamento
Que uma noite sem você é muito tempo
E uma vida com você é muito pouco.
segunda-feira, 7 de novembro de 2005
Olá Pedrinho,Estou na sintonia de seu programa e realmente tá muito legal. Poder saber e ouvir uma MPB que não parou no tempo mas que tem muitos valores na atualidade com todo o respeito as nossas grandes estrelas. Parabéns por inovar mais uma vez, colocando a disposição dos amantes de uma boa música tantas vozes, versões, acordes e canções que nos revelam a dimensão poética da vidaUm grande abraço.
Prof. Luís Alípio Gomes
Prof. Luís Alípio Gomes
sábado, 5 de novembro de 2005
Anuário
Sergio Santos – Paulo César Pinheiro
Entra janeiro no meu calendário
Com as mesmas máscaras de fevereiro
Sinto que março vai passar ligeiro
Que a morte espera em cada aniversário
Maio eu não sei, mas é em geral contrário
Junho, há!, é o mês mais triste do ano inteiro
Que ainda leva julho ao desespero
E faz em agosto todo o funerário
Setembro sempre me encontrou solteiro
Depois em outubro o amor involuntário
E o tédio triste de um novembro ordeiro
Mas vem dezembro e eu fecho o meu diário
E quando penso que acabou o roteiro
Entra janeiro no meu calendário
Sergio Santos – Paulo César Pinheiro
Entra janeiro no meu calendário
Com as mesmas máscaras de fevereiro
Sinto que março vai passar ligeiro
Que a morte espera em cada aniversário
Maio eu não sei, mas é em geral contrário
Junho, há!, é o mês mais triste do ano inteiro
Que ainda leva julho ao desespero
E faz em agosto todo o funerário
Setembro sempre me encontrou solteiro
Depois em outubro o amor involuntário
E o tédio triste de um novembro ordeiro
Mas vem dezembro e eu fecho o meu diário
E quando penso que acabou o roteiro
Entra janeiro no meu calendário
A Vida que a Gente Leva
Fátima Guedes
Não tenho medo de nada
Porque vivo minha vida
Como quem sorve uma taça
De preciosa bebida
Saboreio lentamente
Cada hora, cada dia
Nas coisas que tão somente
Fazem a minha alegria
Eu te dou um forte abraço
Eu canto, eu digo um agrado
Tudo pra ver teu sorriso
O teu sorriso é sagrado
E, às vezes, apenas isto
É luz que dissipa a treva
A gente leva da vida, amor
A vida que a gente leva.
Fátima Guedes
Não tenho medo de nada
Porque vivo minha vida
Como quem sorve uma taça
De preciosa bebida
Saboreio lentamente
Cada hora, cada dia
Nas coisas que tão somente
Fazem a minha alegria
Eu te dou um forte abraço
Eu canto, eu digo um agrado
Tudo pra ver teu sorriso
O teu sorriso é sagrado
E, às vezes, apenas isto
É luz que dissipa a treva
A gente leva da vida, amor
A vida que a gente leva.
Violão
Sueli Costa – Paulo César Pinheiro
Um dia eu vi numa estrada
Um arvoredo caído
Não era um tronco qualquer.
Era madeira de pinho
E um artesão esculpia
O corpo de uma mulher
Depois eu vi
Pela noite
O artesão nos caminhos
Colhendo raios de lua
Fazia cordas de prata
Que, se esticadas, vibravam
O corpo da, mulher nua
E o artesão, finalmente,
Nesta mulher de madeira,
Botou seu o coração
E lhe apertou contra o peito
E deu-lhe um nome bonito
Assim nasceu o violão.
Sueli Costa – Paulo César Pinheiro
Um dia eu vi numa estrada
Um arvoredo caído
Não era um tronco qualquer.
Era madeira de pinho
E um artesão esculpia
O corpo de uma mulher
Depois eu vi
Pela noite
O artesão nos caminhos
Colhendo raios de lua
Fazia cordas de prata
Que, se esticadas, vibravam
O corpo da, mulher nua
E o artesão, finalmente,
Nesta mulher de madeira,
Botou seu o coração
E lhe apertou contra o peito
E deu-lhe um nome bonito
Assim nasceu o violão.
HISTÓRIA DA MÚSICA - MPB
Viola Enluarada
Marcos Vale – Paulo Sérgio Vale
A saudade do Brasil, sentida por Marcos Vale durante uma longa estada ( a maior até então ) nos Estados Unidos, levou-o a compor uma toada dolente, com harmonia bem brasileira, que traria em sua bagagem de volta, sem nome e sem letra. Ainda em Nova York, às vésperas do retorno, ele ouvira de Eumir Deodato elogios entusiasmados a um novo compositor, chamado Milton Nascimento, que despontara no II FIC e para cujas músicas havia escrito os arranjos. Assim, ao chegar ao Rio, procurou logo conhecê-lo, tendo esse encontro acontecido na casa de Tom Jobim, no Leblon. Na ocasião, como seu irmão Paulo Sérgio já havia aprontado a letra da toada que se chamou “Viola Enluarada”, Marcos e Milton tiveram a oportunidade de cantá-la juntos pela primeira vez: “A mão que toca um violão / se for preciso faz a guerra / mata o mundo, fere a terra...” Ao contrário de outras músicas de protesto, em que êxito se baseia quase tão somente na força da letra, “Viola Enluarada” possui, além dos belos versos libertários, uma rica melodia, que a classifica entre as grandes cações brasileiras do século. Isso era reconhecido pelo exigente Jacó do Bandolim, que tinha um projeto de gravá-la, não realizado em virtude de sua morte. Divulgada inicialmente em shows do Quarteto em Cy e da cantora Eliana Pittiman, a canção foi lançada pela Odeon num compacto com seus contratados Marcos Vale e Milton Nascimento. Nesta gravação, que tem arranjo de Dori Caymmi, a dupla canta exatamente como o fazia nas reuniões com os amigos. Alias, a boa participação de Milton bem à vontade, acontece não por acaso, pois a composição encaixa-se em seu estilo como se por ele tivesse sido feita. Sucesso instantâneo (já havia uma lista de pedidos dos lojistas antes da gravação existir).
Fonte: A CANÇÃO NO TEMPO(Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo)
Viola Enluarada
Marcos Vale – Paulo Sérgio Vale
A saudade do Brasil, sentida por Marcos Vale durante uma longa estada ( a maior até então ) nos Estados Unidos, levou-o a compor uma toada dolente, com harmonia bem brasileira, que traria em sua bagagem de volta, sem nome e sem letra. Ainda em Nova York, às vésperas do retorno, ele ouvira de Eumir Deodato elogios entusiasmados a um novo compositor, chamado Milton Nascimento, que despontara no II FIC e para cujas músicas havia escrito os arranjos. Assim, ao chegar ao Rio, procurou logo conhecê-lo, tendo esse encontro acontecido na casa de Tom Jobim, no Leblon. Na ocasião, como seu irmão Paulo Sérgio já havia aprontado a letra da toada que se chamou “Viola Enluarada”, Marcos e Milton tiveram a oportunidade de cantá-la juntos pela primeira vez: “A mão que toca um violão / se for preciso faz a guerra / mata o mundo, fere a terra...” Ao contrário de outras músicas de protesto, em que êxito se baseia quase tão somente na força da letra, “Viola Enluarada” possui, além dos belos versos libertários, uma rica melodia, que a classifica entre as grandes cações brasileiras do século. Isso era reconhecido pelo exigente Jacó do Bandolim, que tinha um projeto de gravá-la, não realizado em virtude de sua morte. Divulgada inicialmente em shows do Quarteto em Cy e da cantora Eliana Pittiman, a canção foi lançada pela Odeon num compacto com seus contratados Marcos Vale e Milton Nascimento. Nesta gravação, que tem arranjo de Dori Caymmi, a dupla canta exatamente como o fazia nas reuniões com os amigos. Alias, a boa participação de Milton bem à vontade, acontece não por acaso, pois a composição encaixa-se em seu estilo como se por ele tivesse sido feita. Sucesso instantâneo (já havia uma lista de pedidos dos lojistas antes da gravação existir).
Fonte: A CANÇÃO NO TEMPO(Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo)
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